Estou submersa. Estou submersa num mundo banal, cruel, frio.
Estou submersa num mundo que não me deixa respirar, que me julga a cada segundo que passa, que me segue para todo lado, que não me permite aceder à liberdade, que não me compreende. Quero respirar, emergir desta escuridão que me envolve... Posso imaginar-me a conseguir vir à tona, sentir o sol a brilhar sobre mim e a escuridão a ficar para trás, nas profundezas... Mas, viver a fingir, será viver?
Será que estas águas densas possuem luz dentro de si? Será que existe no meio desta imensidão, um ponto de refúgio, ainda assim submerso? Será que o consigo encontrar, sem qualquer mapa ou indicações? Talvez não tenha de o procurar, talvez esse cantinho esteja atravessado no meu destino. Esperemos que sim, porque se tal não existir, a minha única escapatória para não morrer afogada, será emergir, mas não me deixam fazê-lo, é algo impossível. Sem emergir e sem ter o meu desejado e constantemente sonhado cantinho, o que será de mim, nestas infinitas águas escuras?
Perder-me-ei no nada, na banalidade, na injustiça... Na frieza do ser humano.
Marry.
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